quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O Tumitinha e o pé de cachimbo


Como diria o advogado da Suzane von Richthofen, a vida é cheia de mal entendidos. E começa desde cedo. Eu, por exemplo, sempre achei que os cachimbos nasciam em árvores. Não todos, mas pelo menos aqueles cachimbos que os índios usavam em suas cerimônias rituais. Sabe quando os índios chamavam o mocinho do filme para dentro de uma tenda e lá eles fumavam o cachimbo da paz? Então, eu achava que aqueles cachimbos eram uma espécie de fruta, semente ou algo assim. E o porquê dessa minha confusão? Porque eu sempre ouvia aquela historinha “hoje é domingo, pé de cachimbo, o cachimbo é de barro, que bate no jarro”. Entendeu? Eu achava que existia um “pé de cachimbo”, assim como existiam os pés de laranja-lima. Só há alguns meses é que eu me dei conta de que não existia “pé de cachimbo” patavina nenhuma. O que existiam eram os domingos preguiçosos, que “pediam” um cachimbo para relaxar um pouco das agruras da semana. A droga da historinha dizia “hoje é domingo, PEDE cachimbo” e não “PÉ DE cachimbo”. E se você acha que é só comigo que acontecem essas coisas, está muito enganado. Outro dia desses mesmo, uma amiga veio toda triste falar comigo. Era que ela tinha descoberto que o Tumitinha não existia.

- Mas que Tumitinha?

- O Tumitinha. Eu sempre pensava nele como um japonesinho de quem ninguém gostava. O pai dele mesmo, o senhor Tomita, era uma daqueles japoneses bravos, uma espécie de samurai.

- Mas do que é que você está falando?

- Do Tumitinha. Então, um dia, o Tumitinha se apaixonou por uma garota e deu pra ela um anel de presente. Mas o anel se quebrou e a garotinha brigou com o Tuminha só por causa disso, e deixou o Tumitinha sozinho, sem amor nenhum. Entendeu?

- Não entendi é nada.

- Aquela música, “Ciranda Cirandinha”, sabe?

- Sei.

- Então, sabe aquela segunda parte? A do anel?

- Hum... “O anel que tu me deste...”

- Isso, isso! Então, eu sempre cantava essa parte da música assim: “O anel que tu me deste era vidro e se quebrou, o amor do Tumitinha era pouco e se acabou”. E eu ficava com um dó do Tumitinha, coitado, o pai não gostava dele, a namorada não gostava dele...

- Mas não tem Tumitinha nenhum! É “o amor que TU me tinha”!

- Pois é isso mesmo que eu estou falando. Descobri hoje. Coitado do Tumitinha. Além de ninguém gostar dele, ainda por cima ele nem existia. Não é mesmo de deixar a gente arrasada?


Arthur Carvalho...shahsu..ilário!

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